Porque Feliks é o maior cubista da história?

Se você já participou de campeonatos de cubo mágico, com certeza já ouviu o nome do australiano Feliks Zemdegs. Detentor de inúmeros recordes no passado, hoje em dia, por não competir mais com a mesma frequência, Feliks não é mais um nome tão popular quanto já foi no passado. Nesse post vamos olhar para o passado, e relembrar ele, que foi sem dúvidas, o maior nome da história do speedcubing.

Feliks Zemdegs

História

Feliks Aleksanders Zemdegs, nasceu em Melborne, Australia, em 20 de dezembro de 1995. Teve seu primeiro contato com o cubo mágico em 2008, e rapidamente aprendeu a montar o quebra cabeça com ajuda de tutoriais no youtube.

Começou a aprender outros puzzles, e métodos cada vez mais avançados, o que fez com que ele tivesse uma evolução muito acima da média. Mesmo com os cubos relativamente ruins da época, Feliks começou a postar seus tempos extremamente baixos nos blogs. Isso chamou a atenção da comunidade na época, e cada vez mais uma pressão começou a surgir em cima de seu nome.

Tudo isso se intensificou ainda mais com a inscrição dele no New Zeland Championships, de 2009. Todos os olhos estavam nele naquele momento. E ele não decepcionou, quebrando diversos recordes nacionais e continentais no percurso, Feliks ganhou o torneio. Esse campeonato o colocou entre os melhores do mundo em diversas categorias, criando ainda mais expectativa em seu nome.

Começo da carreira

Recordes

Já sem seu segundo torneio, o Melbourne Summer Open 2010, em sua cidade natal, quebrou seu primeiro recorde mundial. Com uma média de 42.01, seu primeiro WR foi no 4×4. Tempo esse absurdamente baixo para os padrões da época. Nesse mesmo campeonato, baixou ainda mais seus tempos no 3×3. Agora quase abaixo dos 10 segundos, com 10.18 de média, Feliks estava cada vez mais próximo de seu primeiro recorde mundial no 3×3.

Algo que aconteceu logo em seguida, em seu terceiro torneio. Com a incrível média de 9.21 segundos, no Melbourne Winter Open 2010, pela primeira vez da história assumiu o topo da categoria mais disputada de toda a WCA. Importante mencionar que tudo isso aconteceu em apenas 3 campeonatos. Sem sombra de dúvidas esse excelente começo era um bom indício do que estaria por vir.

Primeiro WR dele no 3×3

Da Australia para o mundo!

A partir de 2010, Feliks dominou por completo o cenário mundial do cubo mágico. Quebrou diversos outros recordes no 3×3, como por exemplo o memorável 7.03 de single, ainda em 2010, quebrando o lendário 7.08 de Erick Akkerdisjk, considerado imbatível na época. Em várias ocasiões bateu mais de 1 WR por torneio, e em poucos meses conseguiu levar a média para os 7.64 segundos, e o single para 5.66. Importante ressaltar que nesse caso, ambos foram feitos na mesma rodada.

Mas se engana quem pensa que ele dominou apenas o 3×3. Feliks quebrou dezenas de recordes mundiais no 4×4, 5×5, 6×6, 7×7 e OH. No 5×5, por exemplo, desde 2010 quando ele quebrou o recorde pela primeira vez, ninguém mais chegou nem perto do topo por 7 anos! Em qualquer esporte isso revela um enorme domínio, ao nível dos maiores atletas da história. E o mais impressionante, é que tal domínio valia sobre muitas categorias, extremamente diferentes entre si.

Feliks em seu recorde mais icônico

Participação nos Mundiais

Mas além disso, vale falar sobre os campeonatos mundiais. Feliks participou de todos as edições do World Cube Championship, de 2011 até 2023. Na sua primeira participação em 2011, dominou completamente o torneio. Se tornou campeão no 2×2, 4×4, 5×5 e 6×6, e ganhou os 3 primeiros rounds de 3×3.

No entanto, na final, apesar de ser visto por todos como o grande favorito, o nervosismo o venceu. Fez tempos muito acima de suas próprias médias, e conseguiu apenas a terceira colocação. Esse momento foi decisivo para ele, que começou a se dedicar ainda mais.

Feliks no Mundial de 2015

Em 2013, após ganhar novamente diversas modalidades, Feliks, agora sim, se sobressai por completo, e vence não só a final, mas todas as rodadas do 3×3. Esse feito foi repetido em 2015, no mundial que teve como sede o Brasil. Provavelmente essa foi sua melhor performance. Conseguiu repetir todos os feitos de 2013, e ainda vencer outras categorias.

Ou seja, em 3 edições do maior torneio do mundo, Feliks venceu 11, das 12 rodadas possíveis. Esse feito não tem nenhum precedente, e com certeza nunca vai se repetir. E tudo se torna ainda mais incrível nos dois mundiais seguintes, onde ele ainda era considerado um dos favoritos, e apesar de não ter vencido, ficou na 4 e 5 colocação respectivamente.

Quebrando barreiras

Além de tudo isso que já foi mencionado, inúmeras das barreiras de tempo mais importantes foram quebradas por ele. No 3×3, foi o primeiro a resolver em menos de 7 e 6 segundos para o single, e o primeiro a quebrar o sub 9, 8, 7 e 6 para a média. Tudo isso ao longo de vários anos.

E o mesmo foi feito em várias outras categorias, sendo o primeiro a resolver o 5×5 em menos de 1 minuto, e o primeiro a fazer um tempo abaixo dos 8 segundos no 3×3 com uma das mãos, com o lendário 6.88.

Muito além de um cubista

Mas mais importante do que os recordes, talvez seja a pessoa de Feliks. Sempre humilde e respeitoso com seus fãs, foi sempre atencioso a disposto a ajudar todo mundo, mesmo os mais iniciantes e inexperientes. Eu mesmo, em meu segundo torneio, o Mundial de 2015, em São Paulo, testemunhei isso, tirando uma foto com ele, que guardo até hoje com muito carinho.

Eu e Feliks

É isso o que faz ele ser quem ele é, não existe um só cubista que relate uma experiência negativa com Feliks. Todos são capazes de ver tudo que ele fez, ao mesmo tempo que isso tudo nunca subiu à sua cabeça, o deixando arrogante.

É uma verdadeira inspiração para todos, algo que pode facilmente ser percebido em documentários como o “2 speedcubers” da Netflix, ou o “Feliks Zemdegs The Greatest Speedcuber of All Time”, do Cyotheking. Mesmo hoje em dia competir para ter melhores resultados não ser o seu foco, seu legado permanece, e certamente durará para sempre.

Feliks e Max Park no documentário

A ideia desse post foi relembrar quem foi esse grande cubista, e contar para os mais novos um pouco mais dessa história que nunca mais vai se repetir. Afinal, 121 recordes, e 14 títulos mundiais, não são para qualquer um.

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